Missão

A dor que ninguém enxerga



“Foi melhor assim”, ou “logo você engravida de novo”, ou ainda “imagine se ele (a) tivesse nascido com alguma doença terrível?” são frases comuns que infelizmente as mulheres que passam pela triste experiência de perder uma gravidez escutam. Quem as pronuncia, certamente, procura confortar a pessoa. Mas a verdade é que ninguém sabe o que aquela mãe está sentindo. Quem passa pela perda gestacional, perde um filho. Ele não nasceu, mas estava ali. Era um bebê, tinha nome, traduzia sonhos, era amado.
A mãe, além da dor física (porque um aborto dói, provoca sangramento, hemorragia muitas vezes), carrega uma dor emocional muito grande. É um sentimento de incompetência por não ter podido “segurar” o filho, por não ter feito nada por ele. É também um medo de tentar de novo e perder mais uma vez, e ao mesmo tempo um medo de tentar de novo e pior, nem conseguir engravidar. Incertezas sobre o futuro ficam lado a lado com a dor de ter perdido um filho. E as pessoas ao redor se comportam como se tudo não tivesse passado de um evento médico menor. A própria licença concedida pelo Governo em caso de aborto espontâneo é um indicativo disso – as mulheres têm de retornar ao trabalho em 15 dias. Em geral, 15 dias nem é tempo suficiente para que o sangramento do aborto espontâneo se encerre, quanto mais para que as lágrimas acabem. Quem consegue viver um luto e sair dele em duas semanas?

Mas a sociedade cobra isso das mulheres. “Bola para frente”, costumam dizer. E assim, as mães choram escondidas suas lágrimas, pois ninguém entende a dimensão do seu sentimento de perda.
Nossa missão é oferecer apoio e também informação. Nós sabemos o que você está sentindo, pois passamos por isso também.

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